Projeto incentiva a criação de peixes na zona rural de Chã Grande – Prefeitura Municipal de Chã Grande

Projeto incentiva a criação de peixes na zona rural de Chã Grande

Publicado em 08 de julho de 2021, por Paulo Sérgio

 

Fotos: Taísa Arruda / Cortesia

 

Chã Grande é um município reconhecido por sua importância agrícola. Todos os dias, o que se colhe nos sítios chã-grandenses abastece grandes centros de distribuição, como a Ceasa, no Recife, ou a Ceaca, em Caruaru. Chuchu, graviola, goiaba, maracujá e folhagens, entre outras culturas, ganham destaque entre os principais produtos. Mas o município também busca espaço na criação de peixes.

A ideia está ganhando forma no sítio Macaquinhos, zona rural de Chã Grande, e um dos importantes polos de produção agrícola. Nove famílias participam do projeto Peixe na Mesa, que conta, desde o início, com o apoio da Prefeitura Municipal através da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Sustentabilidade.

Tudo começou após um curso sobre psicultura ser ministrado pelo Senar na comunidade. Os agricultores adquiriram conhecimento sobre a forma correta de criar peixes e ter um retorno financeiro através da atividade. Após a formação, a comunidade decidiu colocar em prática, como explica o secretário de desenvolvimento agrário e sustentabilidade, Joseildo Martins: “Nós observamos o interesse deles pelo que havia sido apresentado no curso, então decidimos lançar esse projeto, da melhor forma possível”.

O primeiro passo foi criar a unidade experimental. O local escolhido foi o sítio do agricultor José Eudes. Daí teve início então a construção do tanque, seguindo todas as orientações do consultor técnico do projeto, Demétrius Brandão, que é engenheiro de pesca. Um ano após o pontapé inicial, a unidade que serve de observação dos erros e acertos mostra os primeiros resultados, para expectativa do agricultor. “Vem dando tudo certo, apesar dessa pandemia que atrapalhou muito, mas tá dando certo”, comenta José Eudes.

Além dele, outros dois agricultores já possuem tanques e receberam a primeira remessa de alevinos na última quarta-feira (30), entre eles Severino Manoel da Cruz, mais conhecido como Seu Raminho, nascido e criado na comunidade, que aos 75 anos vive a expectativa de experimentar uma nova cultura em sua propriedade. “Comecei a trabalhar na enxada com nove anos de idade com meu pai e meus irmãos. Estou gostando muito. É uma coisa viável, muito boa para a gente. É mais uma fonte de renda que a gente tem na agricultura”, destaca o aposentado.

E garantir uma fonte de renda a mais para os chamados agricultores familiares é o principal objetivo do programa. “A gente vê isso de forma muito positiva. Isso é, de verdade, a verticalização da agricultura, desse processo produtivo, incrementando muito mais a renda do agricultor, melhorando a vida do agricultor, fazendo com que ele se mantenha cada vez mais no campo”, destaca Joseildo.

O projeto compreende a tilápia como espécie a ser cultivada nos tanques. E o consultor técnico, Demétrius Brandão, explica a opção: “É uma espécie rústica. Ela cresce em seis meses no tamanho comercial, de 700g a 800g, dependendo do tratamento. A vantagem é que tem um amplo mercado consumidor. Hoje a tilápia está muito difundida no estado de Pernambuco”.

Juntamente com a criação de peixes, ao lado do tanque, uma imagem chama a atenção de quem conhece a unidade experimental, pois é possível conciliar também a plantação hidropônica, com coentros, alfaces, hortelã, entre outros tipos de plantas. Isso faz parte, segundo Demétrius Brandão, da engenharia envolvida na qualidade da água. “Proporciona o aproveitamento de resíduos de alimentos de peixes e de excrementos para servir de adubo para essas plantas, elas eliminam a amônia tóxica da água, que é prejudicial aos peixes, transforma em adubo, nitrato e nitrito, e volta para o tanque. Está sendo uma água mais limpa e purificada”, explica.

O projeto prevê ainda a construção de outros seis tanques. O processo conta com a participação dos próprios agricultores, que colocam a mão na massa e fazem acontecer com base no que foi aprendido durante o curso, contando também com a consultoria técnica. A ideia é de que em breve os produtores possam começar a vender os peixes, gerando renda e desenvolvimento para famílias que dependem também da agricultura para o sustento.

 


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