O calendário reserva o dia 25 de julho como o de lembrar e homenagear os que se dedicam arduamente a agricultura familiar. Homens e mulheres que fazem de seu trabalho não apenas seu sustento, mas garantem alimento na mesa de todo o mundo, afinal, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 80% de todo alimento consumido no planeta é de origem da agricultura familiar.
No Brasil, esse tipo de agricultura, que como o próprio nome já diz, envolve toda a família no processo de administração das propriedades e de produção, traz renda a pelo menos 70% das pessoas que vivem no campo, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Mais do que isso: 4,4 milhões de famílias fazem parte desse setor em todo o país.
As regiões norte e nordeste, além de parte do sul, concentram as maiores quantidades de agricultores que se enquadram dentro da agricultura familiar. E nessa lista, Pernambuco, Ceará e o Acre formam o top três com as maiores concentrações de acordo com as áreas dessas unidades federativas. Já o centro-oeste e o estado de São Paulo estão no outro lado da moeda, concentrando os menores índices.
Uma das características da agricultura familiar é a diversidade da produção. Mesmo com áreas pequenas de plantio, os agricultores não se resumem a apenas um tipo de lavoura, como geralmente acontece com as grandes propriedades que focam em produção de soja ou milho, por exemplo. E isso é possível de ser visto em Chã Grande. No sítio Macaquinhos, zona rural do município, o casal Natanael Cruz e Ana Paula administram, com a ajuda dos filhos, uma propriedade rural recheada de diversidade. “A gente planta graviola, goiaba, maracujá no nosso sítio”, comenta Ana Paula.
Como forma de incentivar a agricultura familiar, gerando renda para mais produtores, a administração municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento Social, lançou, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade e a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), voltado para famílias carentes da cidade.
O programa funciona como uma via de mão dupla. Ao mesmo tempo em que garante uma renda aos agricultores, com a aquisição de seus produtos, também possibilita que famílias carentes tenham acesso a uma alimentação mais balanceada e saudável com a inclusão de frutas, verduras e legumes no cardápio.
Ana Paula e o marido fazem parte do grupo que fornece itens para a confecção das cestas verdes entregues na cidade. “Com essa pandemia, a venda caiu muito. Então tá complicado pra gente. Mas graças a Deus, com esse programa, vai tudo melhorar”, destaca Ana Paula.
“É o agricultor familiar que nos traz a alegria de ter em nossas mesas todos os alimentos. É o agricultor familiar que dia a dia, sol a sol, ele sai pelas manhãs com a missão de voltar para casa e trazer o alimento para sua mesa e de todos os que precisam”, comenta o secretário de Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade, Joseildo Martins. “Temos o compromisso, com todos os agricultores, fazendo a diferença, planejando, apoiando, nesse grande desafio que o agricultor tem que é produzir o alimento e se manter no campo”, encerra.