Seis décadas atrás, o território era desmembrado do município de Gravatá
O dia 20 de dezembro é marcado na história de Chã Grande como o aniversário da cidade. Nesta data, há seis décadas, o então governador Miguel Arraes anunciava o desmembramento do território que formava o distrito, inserido no município de Gravatá, através de indicação do deputado estadual Paulo Viana de Queiroz. De lá até os dias atuais, muita história foi vivida e registrada no município.
O povoamento de Chã Grande começou ainda por volta do século 18, segundo alguns relatos históricos. Naquele momento, muitos que passavam pela região aproveitavam para pernoitar. O povoado simples foi crescendo. Inicialmente chamado de Mumbucas, logo mudou sua nomenclatura para Chã das Palmeiras. Este segundo nome levava em consideração tanto a planície, onde hoje se localiza o centro da cidade, quanto à quantidade de palmeiras existentes na região. O nome foi mudado em definitivo logo em seguida para Chã Grande, já que as palmeiras passaram a fazer parte apenas das lembranças dos mais antigos.
De povoado, Chã Grande passou a ser uma vila, integrada ao município de Gravatá. Desde o início, a agricultura sempre esteve presente como sua principal fonte de renda. No início, o fumo ganhou destaque. Em seguida, a cana de açúcar tomou proporções maiores. Ambas as culturas agrícolas estão inseridas na bandeira chã-grandense, como forma de lembrar suas raízes, apesar de o município nos dias de hoje se destacar mais por agricultura familiar, com chuchu e graviola liderando a produção local.
Nos anos 60, diversas vilas receberiam do Governo do Estado, suas emancipações. Chã Grande vivia uma agitação, já que havia também a proposta. Antes do golpe de 1964, que tirou do poder o presidente João Goulart e os governadores estaduais, entre eles Miguel Arraes, e limitou os direitos políticos dos brasileiros, o município foi criado, ganhando sua autonomia.
O primeiro prefeito foi indicado pelo próprio governador pernambucano, sendo ele João Prudente de Santana. Natural do sítio Freixeiras, Cidão, como era conhecido, teve a missão de organizar a cidade para os seus próximos passos. Já em 1965, Tiago Barbosa Soares assumiu como o primeiro prefeito eleito. No mesmo ano também se formou a Câmara de Vereadores.
Após 1965, o município passou a ter eleições regulares para a escolha de prefeito, vice-prefeito e vereadores. Tomaram posse no executivo nos anos posteriores Euclides Gomes, José Gomes, Jaci Moreira, Ivaldo Queiroz, Daniel Alves de Lima e Diogo Alexandre Gomes Neto. Os períodos de mandatos variaram neste período. Desde 1988, porém, os prefeitos ficam à frente do município por quatro anos, com direito a reeleição por mais quatro anos, que começou com Daniel Alves em 2000.
Atualmente, além da agricultura e o comércio, o município de Chã Grande vem buscando novas formas de gerar desenvolvimento econômico. Com forte vocação para o turismo rural, o município vem colocando em prática a “Rota Ecoturística”, buscando atrair visitantes para conhecer um pouco mais da natureza e de empreendimentos como o Engenho Sanhaçu, o MahaBhumi, o Highlander, entre outros, além da parte histórica, como os casarões de Freixeiras, a Igreja Matriz de São José, a capela de São Roque e o Centro Cultural Maria Madalena Gomes de Vasconcelos.